20060325

-27 As fronteiras fractais entre o Publico e o Privado (intimidade e intimidatividade)

Olá.
Como não respondeste ao meu ultimo email, e partindo do princípio de que o recebeste, deduzo que, se o recebeste e não respondeste é porque não queres dizer que sim [...], mas também por outro lado também não queres dizer que não, porque não queres faltar à verdade.

Não te vou dizer como descobri isso, porque és suficientemente esperta e tens dados suficientes para deduzir como descobri.
Talvez até já soubesses que eu sabia antes de eu te ter respondido ao email de parabéns. eu pelo menos deixei pistas aqui e ali. Por outro lado talvez eu sempre soubesse, numa das minhas consciências multiplas dissociadas, que tu estavas a ler. eu sabia que tu poderias estar a ler, mas resolvi esquecer-me, resolvi dar-te o benefício da dúvida, mais uma vez.

escrevi emails em que falei de ti, e que sabia que havia o risco de os vires a ler. o que escrevi não foi de propósito para te magoar, mas achei que se o lesses serias castigada pela tua curiosidade. exagerei uma vez, confesso, com o prazer perverso de saber que se o lesses ias provavelmente ficar muito magoada. curiosity kill the cat. sou mau, sou muito mau. o karma espera-me ao virar da esquina...

Mas pronto, chega de minhoquices, para a fente é que é caminho.

comecei a perceber que visitavas regularmente os "meus" blogues. a principio isso incomodou-me, mas depois habituei-me, e até comecei a escrever algumas coisas para ti, como por exemplo o post da branca de neve. depois comecei a achar sentido nisso, a brincadeira "amused me" por algum tempo, e gostei de sentir que os meus sentimentos e pensamentos estavam a ser ouvidos por alguém que me conheçe muito bem.

achei piada à boca que mandaste ao[...] ele estava a precisar, mas foi um bocado mázinha. ainda não lhe disse que acho que foste tu (embora eu tenha a certeza de que foste). ele ficou todo picado...acho que ele precisa de levar umas quantas como essa, mas a maior parte das vezes acho que é inutil porque sei que ele não vai digerir, e só o vai magoar. mas de vex em quando tem que levar na pinha, pelo menos para deixar de chatear, quando começa a ficar chato, repetitivo, aborrecido e arrogantemente irritante.

se quiseres [XXXXX] manda-me um email para [XXXXX], o meu novo email que espero não consigas decifrar a palavra passe, se o conseguires tiro-te o chapéu e sei lá mais o quê.

bem, espero que leias isto
looking forward hearing from you,

0.0
(l.n.d.)

20060316

-26 zero fighter

Blue, blue windows behind the stars / Yellow moon on the rise / Big birds flying across the sky / Throwing shadows on our eyes, leave us /




"talvez tenha percebido o significado de zero hoje. já tinha dito que posso estar a cair, mas vou arrastar comigo algum contratorpedeiro ou porta aviões deste Imperio Abjecto. a minha vida vai fazer algum sentido.
hoje uma alforreca lesmática mandou-me uma boca xenófoba. disse-me que portugal é um bom sítio para viver, que eu devia voltar para lá. assim mesmo. em cinco anos em inglaterra e 34 anos no mundo nunca ninguém me tinha mandado uma boca xenófoba. tinha que ser uma alforreca. sim o David que tu conheces. Aquela boca ricocheteou logo na minha carapaça e levou com "yes, some people say that, but you know canada is not a bad place either to live. it has one of the greatest standards of living".
suspeito que foi por ter trazido à colacção do open seminar- o qual era sobre a primeira guerra mundial, Bion, e os horrores da guerra das trincheiras, e a guerra com máquinas horrendas de matar- os tempos presentes de guerra, o iraque, as novas máquinas de matar, aquilo que pessoas estão a viver hoje e não há 80 anos atrás.
e aquela alforreca reagiu logo como um agente do fascismo. a intimidar. o tipo de colaboracionistas mais reles, o empregadeco. os cagados do sistema, os bufa sem cheiro do Império, a multidão cobarde e esfomeada de vida que grita "crucifiquem, crucifiquem" por puro sadismo abjecto, por pura frustração transformada em prazer. aqueles que se arrastam pela sociedade como simples bactérias, apenas ocupados em sobreviver e multiplicar-se, como micróbios inconscientes
o que eles não sabem é que quanto mais me ameaçam mais perigoso eu me torno. Fogo sobre fogo. soprar para a fornalha.
mas tenho mais com que me preocupar do que com as intimidações cobardolas de mero peixinho limpa-fundos.
vou directo ao porta-aviões.
O Estado em sí."

Para o Conto: "Planos de um anarco-budista para o Milénio" versão 0.0


Helpless, helpless, helpless / Helpless, helpless, helpless, helpless / Baby can you hear me now / Helpless, helpless, helpless, helpless / The chains are locked and tied across the door / Helpless, helpless, helpless, helpless / Baby, sing with me somehow
    Helpless, helpless, helpless, helpless

song: helpless, played by cowboy junkies. original: Neil Young

20060311

-25

In the summer of 1933, shortly after Roosevelt's "First 100 Days," America's richest businessmen were in a panic. It was clear that Roosevelt intended to conduct a massive redistribution of wealth from the rich to the poor. Roosevelt had to be stopped at all costs.
The answer was a military coup. It was to be secretly financed and organized by leading officers of the Morgan and Du Pont empires. This included some of America's richest and most famous names of the time.

What the businessmen proposed was dramatic: they wanted General Butler to deliver an ultimatum to Roosevelt. Roosevelt would pretend to become sick and incapacitated from his polio, and allow a newly created cabinet officer, a "Secretary of General Affairs," to run things in his stead. The secretary, of course, would be carrying out the orders of Wall Street. If Roosevelt refused, then General Butler would force him out with an army of 500,000 war veterans from the American Legion. But MacGuire assured Butler the cover story would work:

20060310

-24


depois da conversa d'ontem com o joao e o tiago, em que temo ter perdido a ultima réstia de esperança nas capacidades de descernimento da humanidade, um conselho urgente para todos, especialmente aqueles que não vão seguir pois estão mais ocupados em exercer as suas capacidades de acelerar a extinção da vida inteligente no sistema solar. LEIAM ISTO. basta que leiam as primeiras páginas do primeiro capítulo.

READ THIS!

-23

novidades nos links da central 0.0
graças ao amigo Igor, que vive nos confins dos Urais, em Chelyabinsk, onde em 1950 houve um acidente nuclear e ainda hoje as pessoas são aconselhadas a não ir apanhar cogumelos e nadar no rio dentro do raio da radiação, encontrei um host fenomenal para o meu photoblog. que agora já não é um photo blog mas portpholio.

photo: igor amekolvich

20060308

-22

they (Bergson and Whitehead) both regarded physical events as ‘proto-mental entities’ to use a term recently coined by Professor Abner Shimony. This proto-mental character of microphysical entities was also mentioned by other contemporary thinkers, though more cursorily; such as Bertrand Russel[1] when he observed in 1950 that matter in modern physics becomes ‘as allusive as fleeting thoughts’ or by David Bhom[2] when only one year later he pointed out some striking resemblance between the mental processes and quantum phenomena”

-21

When dancing, lost in techo trance, arms flailing, gawky Bez, then find you snagged on frowns, and slowly it dawns, you're jazzing to the bleep tone of a life support machine that marks the steady fading of your day old baby daughter. And when midnight sirens lead to blue flash road mash, stretchers, covered heads and slippy red macadam, and find you creeping 'neath the blankets, to snuggle close a mangle bird, hoping you soon too will be freezer drawed. Then welcome. Mmm, ooh chemotherapy wig. Welcome. In Jam, Jam, Jam, Jam, Jaaaaam.

20060306

-20



Who the hell R U?








when you think the night has seen your mind
that inside you're twisted and unkind
let me stand to show that you are blind


... . ..
.... . .. . .....


estou a acabar the misterious flame of queen loana. ele revê agora todos os personagens da sua infância, naquele estado provavelmente comatoso no qual caiu há não sabe quanto tempo. os personagens de banda desenhada e de literatura descem uma escadaria, a cantar canções populares da rádio e do cinema. depo deve morrer.




o comboio chegou a wivenhoe antes de eu chegar à ultima página. o padre tinha acabado de descer a mesma escadaria. temo que ele vá morrer. os personagens imaginárias da infância tinham estado todo o seu tempo de vida na sua mente, e agora passavam em frente aos seus olhos, de braço dado com os seus pais e a sua irmã. sempre haviam sido tão reais como as pessoas reais. tão reais como as pessoas reais, mais reais talvez. porque carregam significados, narrativas que organizam sentidos profundos. narrativas que condicionam a leitura que fazemos da vida.
a leitura que fazemos das pessoas reais. as pessoas reais são infinitamente mais incompreensíveis do que os personagens imaginárias da infância, do que os personagens dos filmes, e das canções populares da rádio. são praticamente impossíveis de entender, assim como nós mesmos somos impossíveis de entender. Os personagens imaginárias são fáceis de entender. cada uma tem um papel bem defenido, um script linear, uma missão clara, os seus sentimentos são transl
úcidos. os seus métodos são congruentes. as suas linhas de acção correspondem inequívocamente às suas motivações.
I watched it for a little while/I love to watch things on tv



as pessoas reais podemos até ceder à tentação de nos tornarmos como os personagens dos contos de infância, apenas para que as coisas façam
algum sentido. nesse caso estamos condicionados a comportar-nos segundo a nossa leitura e interpretação de crianças dos contos que nos alimentaram a imaginação. nesse caso o percurso da nossa vida pode estar traçado dentro dos limites das possibilidades de interpretação dos contos de infância, das canções da rádio, das tramas dos filmes..

estamos mesmo trama-dos?


.. . . . .
... . . .. . . . ...

o
O
O

who the fuck am I?



Caroline says she can’t help but be mean / Or cruel, or oh so it seems / Oh, caroline says, caroline says / She say she doesn’t want a man who leans / Still she is my germanic -
- queen
Yeah, she’s my queen
The things she does, the things she says / People shouldn’t treat others that way /But at first I thought I could take it all / Just like poison in a vial / Hey, she was often very vile / But of course, I thought I could take it all



letra: velvet underground & Lou Reed imagens: autores vários