20070830

Apanha-me se conseguires, praia





















"Vem por aqui" --- dizem-me alguns com olhos doces,Estendendo-me os braços, e seguros De que seria bom se eu os ouvisse Quando me dizem: "vem por aqui"! Eu olho-os com olhos lassos, (Há, nos meus olhos, ironias e cansaços) E cruzo os braços, E nunca vou por ali... Se ao que busco saber nenhum de vós responde, Por que me repetis: "vem por aqui"? Se vim ao mundo, foi Só para desflorar florestas virgens, E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!O mais que faço não vale nada. Como, pois, sereis vós Que me dareis machados, ferramentas, e coragem Para eu derrubar os meus obstáculos?... Eu amo o Longe e a Miragem, Amo os abismos, as torrentes, os desertos... Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém. Todos tiveram pai, todos tiveram mãe; Mas eu, que nunca principio nem acabo, Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo. Ah, que ninguém me dê piedosas intenções! Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"! A minha vida é um vendaval que se soltou. É uma onda que se alevantou.É um átomo a mais que se animou... Não sei por onde vou, Não sei para onde vou, Sei que não vou por aí.


Na verdade já não vou por aí nem por acolá. Não vou a lado nenhum, fico já aqui. Encontrei a minha praia. Deus e o Diabo que se fodam os dois, com o devido respeito.














Once I wanted to be the greatest, No wind or waterfall could stall me, And then came the rush of the flood, Stars of night turned deep to dust, Melt me down Into big black armour, Leave no trace of grace. Just in your honor Lower me down, Pin me in, Secure the grounds For the later parade. Once I wanted to be the greatest, Two fists of solid rock, With brains that could explain Any feeling. Lower me down, Pin me in.
Secure the grounds.














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Textos por ordem de chegada: 1) adaptado de "Cântigo negro" de José Régio, 2) versão 0.02 "I found my beach", 3) adaptado de "The greatest" de Cat Power.
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20070828

Ao voltar (d)a página do verão, bronzeada pelo astro rei, desenhada a sombra pelo pudor (versão 0.02)



"O atraso
Um lance polémico no Estádio do Dragão deu a vitória ao FC Porto por 1-0 frente ao Sporting no Domingo à noite. Na discussão gerada pelo lance discute-se se Polga efectua um corte ou um atraso."

Grumble...já não chegava ter de retomar o ganha-bife, ainda temos que levar com as trocas-baldrocas do "Sr." J.N.P. da Costa e seus árbitros de estimação no campeonato de futebol que é desta que vai ser nosso se nos deixarem. Mas nem tudo é alho porro.













Ao voltar de férias é bom ter coisas boas à nossa espera.








Para nos reconfortar nos momentos menos bons em que nos roubam três
pontos
por trás.













nunca nos roubarão, a supertaça
nem o tesão.



*


ps: os mais versados na cultura oriental poderão ter reparado na alusão fonética e semântica que "a supertaça e o tesão" acabou por ter com um livro de contos Zen publicado há alguns anos em português sobre o título"A Tigela e o Bastão",

bem como na simbologia alegórica destes dois elementos dialéticos com as partes receptivas e pretuberantes da morfologia sexual.

Para rematar, a "Supertaça" abaixo é de Vanessa Ribeiro (e que me perdoe tropicamente a Ana Carolina o pecado de escorregar e me esponjar mais uma vez alegremente no brejeiro, mas o Budismo Zen aplicado assim obriga). As uvas são, obviamente, uma alusão ao outono que se avizinha com as suas vindimas























p-ps: Já que, como diz o povo leonino, "perdido por um perdido por mil" gostava de deixar mais um apoio ao sporting (a supertaça de Lucimara Tramm).





20070827

problems, problems, problems (versão 0.02)






Merda, afinal está a chover.





Diamante pode riscar vidro. Vidro pode riscar carne. Carne pode riscar palavras. Palavras podem riscar a alma.











Há quem diga que as dores de cabeça não existem. Que apenas existe o espírito dos lagartos dentro do corpo. Só uma demónia (she-devil) pode foder dinodores de cabeça.













a man got to do what a man got to do. A Hellboy too. (God. The things I do for a piece of ass...)














Ele aproveitou-se das tuas fraquezas e fragilidades para te dominar. Assim sentia-se forte e poderoso. Um homem pequeno e fraco, que queria sentir-se poderoso, grande, e seguro. E tu odiaste-o quando percebeste isso. Quando se tornou tão óbvio que ele se aproveitava do amor que sentias por ele, e do medo que tinhas de o perder, para te dominar cada vez mais. Deixaste-o jogar à espera que ele se apercebesse do seu erro, e que entendesse como isso cada vez vos afastava cada vez mais do amor. O ódio explodiu um dia, e rebentaste com as correntes, asfixiavam-te: a tua necessidade de segurança tornou-se num perigo de vida. Ele caiu, subitamente desprovido da força que julgava ter, abandonou-se ao ódio contra ti. Ficaste muito mais desconfiada do amor. Fugiste, e isso fez-te sentir poderosa, confusa, mas poderosa. O próximo teria de ser mais matreiro. Asfixiar-te por dentro de ti mesma, fazer-te crer que o desconforto viesse de dentro de ti mesma. O crime perfeito, fazer-te asfixiares a ti própria. Filho de peixe sabe nadar












Há um espaço e um tempo para tudo. Não podia ter limpo o capacete antes? Porque é que ele não consegue fazer nada sozinho? Vamos perder a aurora boreal de Saturno. Como é que ele não percebe como preciso disso para ser feliz. E quanto as suas pequenas palermices egocêntricas com os seus amigos patetas me podem tirar do sério durante séculos.







20070824

lisboa em agosto






Cartola, tantos de Agosto de 2007




Querida Clarice:





adoro agosto em Lisboa.



























As ruas desertas são dos ventos da tarde.









E os raros transeuntes que ficaram para trás no verão,
indistinguíveis em tudo dos que já voltaram dele,








são as primeiras folhas castanhas de Outono.






























...
no início era o vento,
e no fim será o vento

.













































An ocean refuses no river

Ever so lonely
An ocean refuses no river

Waiting for the time when we can be alone together
Alone together

Eternally

20070817

É que nas veias corre-me basalto negro E na lembrança vulcões e terramotos









I would tell you about the things They put me through

The pain Ive been subjected to








But the lord himself would blush
The countless feasts laid at my feet





Forbidden fruits for me to eat
But I think your pulse would start to rush





No coração a ardência das caldeiras
O mar imenso me enche a alma








É que nas veias corre-me basalto negro
E na lembrança vulcões e terramotos


-
Por isso é que eu sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra




Trago o roxo a saudade esta amargura
E só o vento me ecoa na lonjura
Mas trago o mar imenso no meu peito





Se no falar trago a dolência das ondas
O olhar é a doçura das lagoas



É que trago a ternura das hortênsias
E no coração a ardência das caldeiras

















Era tanta saudade
É , pra matar
Eu fiquei até doente
Eu fiquei até doente, menina























Se eu ficar na saudade
É , deixa estar
Saudade mata a gente
Saudade mata a gente, menina









Quis saber o que é o desejo
De onde ele vem
Fui até o centro da terra
E é mais além



Procurei uma saída
O amor não tem
Estava ficando louco
Louco, louco de querer bem










Yeah, tum tum tum, tumtumtumtum, yeah...

Mas restou a saudade
É , pra ficar
Ai, eu encarei de frente
Ai, eu encarei de frente, menina
Se eu ficar na saudade
E deixar
Saudade engole a gente
Saudade engole a gente, menina





Quis saber o que é o desejo
De onde ele vem
Fui até o centro da terra
E é bem mais além



Procurei uma saída
O amor não tem
Estava ficando louco
Louco, louco de querer bem





Quis chegar até o limite
De uma paixão
Baldear o oceano
Com a minha mão
Encontrar o sal da vida
E a solidão
Esgotar o apetite
Todo o apetite do coração




Tum tum tum, tumtumtumtum, yeah...

Ai, amor, miragem minha, minha linha do horizonte, é monte atrás de monte, é
monte, a fonte nunca mais que seca
Ai, saudade, inda sou moço, aquele poço não tem fundo, é um mundo e dentro
um mundo e dentro é um mundo que me leva...




Yeah, tum tum tum, tumtumtumtum, yeah...





Let me put you on a


ship



On a long, long trip



Your lips close

to my lips All the islands in the ocean All the heavens in the motion Let me show you

the world in my eyes

I'll take you to the highest mountain To the depths of the deepest sea

And we won't need a map, believe me



Now let my body do the moving And let my hands do the soothing

Let me show you the world in my eyes

20070804

Vou ali,




iv>...exprime tudo o que o homem é capaz de experimentar como emoção, desde o desespero da depravação à visão beatífica (T.E.)






Desapareceu de casa da sua avó no dia 5 de agosto,
e sofria de perturbações morais. Vestia calções beige, sandálias de couro e alguns pêlos no peito. Disse que ia comprar provisórios mas alguém o viu com defenitivos. Outros ainda dizem que foi comprar preservativos.
Se alguém souber do seu paradeiro, é favor fornecer-lhe muito amor, chocolate, sexo, e bombay sapphire tónico com lima (além das ocasionais arranhadelas nas costas).





Já Venho. *