20080623

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26 comments:

Anonymous said...

sem saída.


no exit.



you can run.but you cannot hide.



:)


concepção fabulosa.como sempre.



bacio per te.

1.01 said...

foram as primeiras imagens que usei para a concepção do blog, há uns anos.
0.0
começar de novo, do zero.

e começar muito lenta e dolorosamente a perceber porque queria criar/destruir o mundo exterior e porque ia destruindo o mundo interior.

porque é que não me dava bem com o que está fora de mim, nem com o que está dentro.

Jo said...

wow!

Este blog é uma porta para outra dimensão.

:)

beijo*

1.01 said...

:)
uma porta para a dimensão interior, para lá do "aparelho disciplinador do poder",

dá uma olhada nisto

http://www.ted.com/index.php/talks/view/id/229

(estou a voltar às origens deste blog)

Anonymous said...

muito
interessante

complexo e abrangente demais para uma rápida visita
mas
o grafismo
o ambiente
do best que tenho visto na blogoesfera

de facto faz-me lembrar os primeiros posts que por aqui vi e que me tornaram cliente desde à longa data

tenho pena mas não consigo tudo abarcar para te comentar à altura
mas e daí...
este post é uma instalação
gosta-se ou não
mais com os sentidos
que com a razão

1.01 said...

sim, é assim que o vejo, uma instalação.

Quanto aos conteúdos, devo ter levado uns 20 anos a pensar isto.
Quando era pubertário estava fadado para beto, provavelmente surfista. O curso de quimicotecnia, provavelmente engenheiro químico.

quando os velhos se separaram fiquei um bocado confuso,
e com as mudanças de casa,
a emigração da minha mãe para o estrangeiro

e o ficar a viver com um pai oficial do exército ex-revolucionário perseguido pelo estado maior general, na reserva antecipada, professor de história nos piores liceus da cintura industrial de lisboa e clinicamente deprimido,

deixou-me um bocado estranho.

comecei a ler livros estranhos que estavam nas prateleiras dos meus velhotes, e a certa altura a alquimia espiritual parecia-me bem mais interessante do que a quimica industrial e a quimicotecnia.

os charrados e as charradas eram mais interessantes do que os queques/betos/surfistas.

O manual estatístico e de diagnóstico da associação psiquiatrica americana, o "psicologia de massas do fascismo" de Willelm Reich, e outras coisas que tais levaram-me para os ramos das ciências humanas.

[A] said...

mas nunca esqueceste as fórmulas químicas! ;)

a pessoa que habita em mim leu-te até ao fim, aliás já o tínhamos feito...
o pan opticon- é mais terrível o olhar dos outros ou o nosso olhar sobre nós próprios?

mas isto é o que eu acho mais curioso:
"the apparent omnipresence of the inspector combined with the extreme facility of his real presence."

you´ll never know!

[A] said...

aparentemente...

1.01 said...

Boa questão.

penso que o mais "terrível" será o olhar dos outros dentro de nós, sem ser verdadeiramente o dos outros nem o nosso. um objecto "estranho".

É um meio termo entre a verdadeira consciência, a auto-reflexão, e o olhar avaliativo do outro.

Mas além do olhar, também o pensar se pode incluir nisto.

Esta ideia do panopticon fez-me imenso sentido como metáfora do novo totalitarismo planetário, em que andava a pensar há uns tempos atrás.
A novo regime esclavagista da economia de mercado.


"the best slave does not need to be beaten, she beats herself"

1.01 said...

ps: viste bem o vídeo acima? é um video militar dos estados unidos que se "escapou" para o youtube...

[A] said...

A propósito do sentido metafórico do panopticon também encontrei um artigo que relaciona a ideia às tecnologias genéticas- o que reforça ainda mais e de forma mais preemente esse totalitarismo que referes. Nesta perspectiva torna-se algo anedótico que nos preocupemos com cãmaras de vigilância..

E em relação ao olhar dos outros dentro de nós, ou ao nosso sobre nós, ou sobre os outros- o que é que gera em nós essa consciência?
O panopticon cria a ideia da omnipresença de um guarda, mas na realidade este pode não estar lá, como pode não existir o olhar avaliativo...

_E se eu fosse puta...Tu lias?_ said...

Uauuuuuu saiste-te bem;)


Com várias saídas ou sem nenhuma, adorei a mancha que criaste de bolinhas brancas nas palavras!

Lembrou-me morangos com chantily, ou as bolinhas de vidro com neve a fingir...

beijossss

NARNIA said...

Zerinhos ainda bem que estas a editar coisas do inicio, como nessa altura não passava por aqui... os teus comentarios sobre a tua juventude são um entreabrir de uma porta, assim foi possivel espreitar :)

Tem piada a mim as bolinhas nas letras faz-me lembrar uma maquina de escrever que eu tinha que fazia isso aos oo rsrsrs

1.01 said...

[a]:
o panopticon foi idealizado para colmatar uma suposta falha mental de prevaricadores: serviria para substituir a consciência moral que os individuos anti-sociais não têm.

Assim, o facto de não poderem saber na verdade se estavam a ser vigiados representa um

meio termo entre a ausência de consciência moral (e que os levou a ser presos)
e
uma agência interna da mente humana que as pessoas cívicas supostamente tem e que as vigia por dentro, a todo o momento.

...
só que estas tecnologias arquitectónicas (e aqui chamo a atenção do VdeB)
e processos mentais (ou tecnologias educativas) podem ter muitos usos.
Depende muito, como qualquer tecnologia ou educação, das intenções e também do estatuto Ético dos detentores do controle.

1.01 said...

ESEFPTL:
morangos com chantilly!, sem dúvida
:)

1.01 said...

Narnia:
já não me fazia sentido estar a esconder atrás de obscuridades, apetece-me mais falar e dar-me a conhecer, por dentro sobretudo também.

As bolinhas brancas tb me fazem lembrar a máquina de escrever. como era irritante!

:)*

~pi said...

entendamo-nos

quanto aos aparelhos:

por fora

[ mas sobretudo por dentro(

não

há saída.

sei que é verdade mas

não não

e não

acredito em coisas

impossíveis!



~

Anonymous said...

a saída de quê? para onde? e se tudo for já essa saída, uma porta gigante, aberta. e os indecisos a espreitar, a regressar. e os aventureiros a atravessarem o umbral. quando aqui chego, fico assim: não escrevo aquilo que me apetecia, escrevo aquilo que sai.

Anonymous said...

e a música...*

1.01 said...

Pi:
em que haveríamos de acreditar (crer) senão em coisas impossíveis?
O possível está no reino do que se verifica ou é evidente, apenas o impossível é obra do crer.

Saída do aparelho interior? Em que estava eu a pensar/sonhar quando escrevi isto... como os sonhos, é difícil lembrar-me com exactidão.
Mas era algo em volta disto:

http://www.4peaks.com/7.gif

1.01 said...

http://www.4peaks.com/ppox.htm

1.01 said...

Angela:
a saída de quê? para onde?
a pergunta que eu faço tantas vezes a mim próprio.

Acho que é a saída da ansiedade crónica da incerteza de se ser amado ou não.

a saída da teia de pensamentos que se tecem a sí próprios e auto-canibalizam como aranhas,

a saída das filas de trânsito a correr de um lado para outro para não sair do mesmo sítio

a saída do labirinto de equívocos e enganos repetidos vezes sem conta para calar aquilo que dentro de nós sabe mais do que queremos saber

a saída da escravidão do trabalho excessivo para pagar o excesso do trabalho dos outros

a saída do mundo desinfectado artificial e plastificado para a terra, as formigas e as abelhas

dos centros hipercomerciais para os pic-nics nas planícies

das férias em agosto para as férias a cada hora

a saída da igreja e da salvação para a floresta

a saída...
a saída...
a saída...

E concordo contigo, tudo é já essa saída, uma porta gigante, aberta.

Anonymous said...

Taming the Ox: havia outro blog, que eu tinha, que não parava de falar nestas 10 imagens.

Quando ele descobre que: No-Thing. E, de regresso à origem, consegue misturar-se nesse mundo de ansiedade, pensamentos canibais, filas de trânsito, equívocos, excessivo trabalho, desinfectantes, centros hipercomerciais, igrejas, sem se misturar. Saiu, mas continua por ali. A isso, vejo quase como um desafio último - essa saída sempre-presente.

1.01 said...

Angela:
uma coisa que me chamou a atençao e cativou no teu blog fou uma sequência de desenhos possivelmente chineses ou japoneses, ao estilo zen, de um pássaro.

A minha história com o zen começou há cerca de 15/16 anos atrás. Estava a meio do curso e entrei em crise emocional por vários factores da minha vida.
Já não tinha grande motivação para continuar a estudar, sentia-me num caminho sem saída.
Há quem lhe chame depressão, mas oficialmente nunca tive um diagonóstico.
Estava mesmo chateado com a minha vida e o mundo, desmotivado, de espírito quebrado.
A única coisa que me fazia sorrir e rir eram histórias zen, algumas delas compiladas no livro "A tigela e o bastão".
Outras histórias faziam-me mudar a perspectiva e ganhava algum moral e boa disposição.
Os koans avivavam-me o espírito e limpavam-me a mente.
Percebi que havia ali alguma coisa muito especial.

Mais tarde estudei um pouco o zen nos livros.
Sempre me ajudou nos momentos penosos. nunca me curou.

Muito mais tarde pratiquei meditação budista em inglaterra durante uns anos, com um mestre budista da ordem ocidental (western order).

Durante uma outra crise emocional e depressiva, numa situação semelhante à primeira (estava a acabar o doutoramento e já não tinha motivação, e estava a entrar em desespero, numa terra estrangeira de facto hostil),
com os amigos que entretanto fiz voltando aos seus países dispersos pelo mundo, e sentindo-me mais sozinho e desesperado do que nunca,
os grupos de meditação no centro budista eram o meu único porto de abrigo interior.

sangha

nunca encontrei o meu caminho nas religiões instituídas, não me ative também ao budismo.

as práticas Budistas (meditação) e própriamente Zen (koans e aikus) foram para mim ferramentas de sobrevivência e paz, jogo lúdico, despertar do espírito, e lugar de paz e gozo interiores.
Muitas das vezes para continuar a viver uma vida que deixara de fazer um sentido que eu pudesse pelo menos entender.

1.01 said...

"I take refuge in the Sangha, wishing all sentient beings to lead the congregation in harmony, entirely without obstruction"

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"This Noble Truth has been penetrated by fully understanding suffering"
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Anonymous said...

Também eu não encontro caminho nas religiões instituídas mas o Budismo, especialmente o Zen, sim, tem-me acompanhado nessas descidas e subidas emocionais, essas que também tantas vezes me acompanham. Por isso o tal painel com os pássaros.

A minha prática, porém, é preguiçosa e o zafu vermelho que aqui tenho passa o tempo a queixar-se de falta de atenção.

E tem razão, ele.