20080202

a proposito do Rio J (re-edit [versão 0.03])

Não existe pecado do lado de baixo do Equador Vamos fazer um pecado rasgado, suado, a todo vapor (Vamos fazer um pecado safado debaixo do meu cobertor) * Me deixa ser teu escracho, capacho, teu cacho Um riacho de amor Quando é lição de esculacho, olha aí, sai de baixo Que eu sou professor Quem foi, quem foi Que falou no boi voador Manda prender esse boi Seja esse boi o que for O boi ainda dá bode Qual é a do boi que revoa Boi realmente não pode Voar à toa É fora, é fora, é fora É fora da lei, é fora do ar É fora, é fora, é fora Segura esse boi Proibido voar





Eu fui fazer um samba em homenagem À nata da malandragem Que conheço de outros carnavais. Eu fui à Lapa e perdi a viagem Que aquela tal malandragem Não existe mais.
Agora já não é normal O que dá de malandro regular, profissional Malandro com aparato de malandro oficial Malandro candidato a malandro federal Malandro com retrato na coluna social Malandro com contrato, com gravata e capital Que nunca se dá mal. Mas o malandro pra valer - não espalha Aposentou a navalha Tem mulher e filho e tralha e tal. Dizem as más línguas que ele até trabalha Mora lá longe e chacoalha Num trem da Central.




Rio, 13 de agosto de 1946

Clarice querida,

Muito obrigado pelo seu cartão-postal de Berna. Espero que vocês se tenham dado bem aí: que não lhes aconteça o mesmo que ao Ribeiro Couto, de quem acabo de receber uma carta melancólica
... Escreva-me Clarice. Escreva carta. Um cartãozinho seu já é uma delícia. Mas eu quero a delícia maior das cartas. E fale de você. Fale muito de você. Nunca tenha medo de falar de você para mim. Receba um abraço e as saudades de

Manuel [Bandeira]





"Porque o mais surpreendente é que, mesmo depois de saber de tudo, o mistério continuou intacto. Embora eu saiba que de uma planta brota uma flor, continuo surpreendida com os caminhos secretos da natureza. E se continuo até hoje com pudor não é porque ache vergonhoso, é por pudor apenas feminino.”











"Poemeto para ser lido "de cima pra baixo e de baixo pra cima" - este poeminha engraçadinho é bastante antigo nas listas de e-mail que rolam pela internet. Inicialmente divulgado sem autoria, ultimamente tem sido atribuído a Clarice Lispector. Caso alguém saiba quem escreveu esta graciosa brincadeirinha, peço a gentileza de entrar em contato comigo web.editora@anjosdeprata.com.br para que o nome seja divulgado":

Não te amo mais
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis
Tenho certeza que
Nada foi em vão
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada
Não poderia dizer mais que
Alimento um grande amor
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
Eu te amo!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...




E ninguém é eu, e ninguém é você. Esta é a solidão. (Clarice Lispector)







"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."




Rio, 5 de maio de 1974.

Querida Clarice:

Que impressão me deixou o seu livro*!
Tentei exprimi-la nestas palavras:

– Onde estivestes de noite
Que de manhã regressais
com o ultramundo nas veias,
entre flores abissais?

– Estivemos no mais longe
que a letra pode alcançar:
[...].

Obrigado, amiga! O mais carinhoso abraço da admiração do

Carlos






http://www.museudantu.org.br/brasil22.htm


































































29 de dezembro de 2006 - 15:47

PM ocupa 23 favelas no Rio; tensão diminui nesta sexta-feira

RIO - A população carioca tenta contornar o medo de mais ataques e retomou, pela manhã e começo da tarde, sua movimentação normal de fim de ano, com as praias de Copacabana cheias, intenso tráfego de carros e bastante pessoas nos calçadões, um dia após os ataques que mataram 18 pessoas e feriram outras 25. Mesmo alarmada, a população teme novos ataques do crime organizado.

Nos ataques de quinta-feira, 28, ônibus foram incendiados e postos da polícia e delegacias foram alvo de disparos, espalhando pânico entre a população. No mais grave, o incêndio de um ônibus da Viação Itapemirim, sete pessoas morreram carbonizadas na Avenida Brasil, num episódio classificado pelo comandante da PM do Rio, Hudson de Aguiar, como "desumano".


































9 comments:

sonho said...

uma doçura, uma verdadeira doçura

sonho said...

bem, nem tudo... não podia deixar de haver a nota da miséria...

Lya said...

Eu nunca me canso de dizer isto... este teu blog é pura ARTE!

Adoro ler cada palavra, e sorver cada imagem! Ah como eu sei o trabalho que isto dá... e gozo também!

Migo, tenho andado desaparecida, ando sem muita paciencia para blogar... além disso super ocupada... mas estou optima :)

muitos beijos

sonho said...

e da violência...

vais acrescentando o post e o pessoal tem que ir acrescentando os comentários...

beijo.

1.01 said...

Beijos,
vou ali às curtas de vila do conde já venho.
***

Maria Ostra said...

Clarice Lispector - adoro!
Há outro escritor brasileiro que penso que és capaz de gostar, (mas - às tanta - já conheces), Ruben Fonseca.
Conselho de Ostra! ;)

NARNIA said...

Zerinhos, hoje andei a cuscar os teus outros cantinhos e vou deliciada, gosto mesmo muitoooo de passar por aqui :)

Sapinho deixo um Beijo

A. said...
This comment has been removed by the author.
Anonymous said...

(superstyling!!!3000)

a Lispector também!
a Valério dispensava-se, não???