20080707

[re-edição de 4-4-06; outra vez Montreal, outra vez Camões, outra vez Cristo, outra vez o Mar Português, outra vez X-girl {versão 0.02}]


{


Qual o reflexo lume do polido Espelho de aço ou de cristal fermoso, Que, do raio solar sendo ferido, Vai ferir noutra parte, luminoso, E, sendo da ouciosa mão movido, Pela casa, do moço curioso, Anda pelas paredes e telhado, Trémulo, aqui e ali, e dessossegado:






No meio do oceano, não cartografado, em frente ao desconhecido, mais do que isso, a navegar própriamente no desconhecido... Não temos culpa das normas arbitrárias do sítio do espaço-tempo onde nos encontrámos nascidos. Não fomos nós que as fizémos, não jurámos por elas, não nos foi dado a escolher.
Porquê obedecer?
Porque carga de água?

(talvez apenas a carga de água que está em frente, para atravessar?) versao 0.0






(a arte da vida não será de facto esperar- o mais serena, pacífica e confortávelmente possível- pela morte?
[inspirado em "Jesus de Montreal" (http://www.imdb.com/title/tt0097635/),
o Actor-Cristo confronta o Padre adúltero sobre o sentido da vida) versão 0.03







Tal há-de ser quem quer, co dom de Marte,
Imitar os Ilustres e igualá-los:
Voar co pensamento a toda parte,
Adivinhar perigos e evitá-los,

Com militar engenho e sutil arte,

Entender os imigos, e enganá-los,

Crer tudo, enfim; que nunca louvarei
.
O Capitão que diga: «Não cuidei.
»











a arte da vida não será, mas é, de facto, esperar- o mais serena, pacífica e confortavelmente possível- pela morte?





Hum...?













}



texto inicial: Lusíadas; Canto VIII (Parte II), 87 e 89.
fotos: por X-girl, detalhes escolhidos por 0.0

8 comments:

[A] said...

eu escolho outro detalhe:

http://bp1.blogger.com/_YEtf7FUVYPo/SHIUak4PbbI/AAAAAAAADBE/aHQ1vf01NYI/s1600-h/praia1+copy.jpg





[já tinha saudades,caraças!!]

NARNIA said...

Zerinhos Obrigada.
Não conhecia aquela musica dos Morphine e de facto tem tudo a ver ;))

cheguei á pouco da praia o Mar
faz-nos bem

Beijinho Grande

~pi said...

talvez esperar a morte talvez.

nada depende de mim agora:

tudo o que quero em nada depende

de nada que saiba: tudo

quase tudo

cada vez mais tudo

se me desliza

se me

a-situa




~

~pi said...

esse tema dos air...

e lembrei-me do

from the air

da

laurie anderson


[ mais que perfeito

1.01 said...

a: bem escolhido, boa escotilha.
Saudades? eu também caraças ;)

Narnia: o mar. depois mando-te outra também muito a ver... ;) keep with the good "work"

~pi:estive a ouvir precisamente essa canção há 2 dias atrás. e estava à procura da "white lilly".
tudo sempre se nos desliza, a todos.
em muitos, em grande parte do tempo, a mente consegue enganar-se, mas desliza, com o deslizar, encarrilada, como se fosse uma recta paralela à morte e à loucura, ao desespero.
só se acorda quando se está pronto (?) acorda-se às vezes antes do tempo, estremunhados pelo entrelaçado, a língua dos pássaros pulsa e espantamo-nos com a maravilha tingida de terror,
continuamos a respirar e percebemos que somos um redemoinho de ar que persiste numa membrana
e que crava os dentes na memória.

endlessly towards the future

Anonymous said...

aprender
a saber
esperar
*

[A] said...

http://www.nelsondaires.net/index/vdeo_o_que_sempre_desejam.html

lembrei-me disto; acho que vais gostar.
bj

1.01 said...

a: gostei muito! excelente. obrigado
e parabéns.
vou tomar atenção a esse fotografo

angela: saber aprender
a esperar.