20060306

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Who the hell R U?








when you think the night has seen your mind
that inside you're twisted and unkind
let me stand to show that you are blind


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estou a acabar the misterious flame of queen loana. ele revê agora todos os personagens da sua infância, naquele estado provavelmente comatoso no qual caiu há não sabe quanto tempo. os personagens de banda desenhada e de literatura descem uma escadaria, a cantar canções populares da rádio e do cinema. depo deve morrer.




o comboio chegou a wivenhoe antes de eu chegar à ultima página. o padre tinha acabado de descer a mesma escadaria. temo que ele vá morrer. os personagens imaginárias da infância tinham estado todo o seu tempo de vida na sua mente, e agora passavam em frente aos seus olhos, de braço dado com os seus pais e a sua irmã. sempre haviam sido tão reais como as pessoas reais. tão reais como as pessoas reais, mais reais talvez. porque carregam significados, narrativas que organizam sentidos profundos. narrativas que condicionam a leitura que fazemos da vida.
a leitura que fazemos das pessoas reais. as pessoas reais são infinitamente mais incompreensíveis do que os personagens imaginárias da infância, do que os personagens dos filmes, e das canções populares da rádio. são praticamente impossíveis de entender, assim como nós mesmos somos impossíveis de entender. Os personagens imaginárias são fáceis de entender. cada uma tem um papel bem defenido, um script linear, uma missão clara, os seus sentimentos são transl
úcidos. os seus métodos são congruentes. as suas linhas de acção correspondem inequívocamente às suas motivações.
I watched it for a little while/I love to watch things on tv



as pessoas reais podemos até ceder à tentação de nos tornarmos como os personagens dos contos de infância, apenas para que as coisas façam
algum sentido. nesse caso estamos condicionados a comportar-nos segundo a nossa leitura e interpretação de crianças dos contos que nos alimentaram a imaginação. nesse caso o percurso da nossa vida pode estar traçado dentro dos limites das possibilidades de interpretação dos contos de infância, das canções da rádio, das tramas dos filmes..

estamos mesmo trama-dos?


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o
O
O

who the fuck am I?



Caroline says she can’t help but be mean / Or cruel, or oh so it seems / Oh, caroline says, caroline says / She say she doesn’t want a man who leans / Still she is my germanic -
- queen
Yeah, she’s my queen
The things she does, the things she says / People shouldn’t treat others that way /But at first I thought I could take it all / Just like poison in a vial / Hey, she was often very vile / But of course, I thought I could take it all



letra: velvet underground & Lou Reed imagens: autores vários


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