20070505

diario secreto de um corno bravo à solta em Lisboa (1- lua cheia)









V, minha fadazul, minha pequena sereia, que um dia me chamaste anjo, príncepe, homem Bom (de bondade sobretudo e maturidade...), essas visões beatíficas que eu sabia saírem da tua imaginação e nunca da minha pessoa. Tu que disseste indignada que eu me tinha portado como um gajo, ao que eu respondi que sempre fora um g.a.j.o. desde o príncipio (Grande Anormal Javardo Ordinário).

Que consolo e alívio ainda aceitares e quereres estar comigo, fazeres-me festas, receberes festas e beijos nos nós dos dedos, dar-me jantar depois de um gin, conversar à luz do fumo até altas horas, estar em silêncio apenas a ouvir o ron ron a marcar o tempo, a vida a crescer, a amadurecer, a eternidade a respirar, a relva do peito a crescer. Nós, o nosso sonho e a nossa morte, parece foi há uma vida atrás, parece que foi há uma vida à frente.
Depois de uma desconfiança menina, acabaste por adorar comer os bolinhos de bacalhau à moda carioca que eu te dei à boca: calcados, com azeite e piri-piri. Havemos de ir aos Arcos da Lapa (Passe pela Lapa, pelos Arco-íris dos Seus arcos Mais explícitos Pelo claro-escuro, Pelo som impuro, obscuros becos, Claros dígitos) por baixo de Santa Teresa, juntos. Conversar com os travestis, fintar a malandragem, depois passear pela marginal do bota-fogo...até terminarmos, como sempre... (E o inverno no leblon é quase glacial... No deserto sem saudade, sem remorso só, Sem amarras, barco embriagado ao mar). Que diferente não ansiar por te comer, mas deixar fluir a água, saborearmo-nos um ao outro, a diferença entre Beber e matar a sede...entre beber e Matar a Sede... Já seduzimos tudo o que tinhamos a seduzir, lutàmos tudo o que tinhamos a lutar, já mordemos e infectámos tudo o que tinhamos a infectar...já fornicámos tudo o que tinhamos a fornicar, já devorámos, engolimos e penetrámos, fodemos, arranhámos, e suámos em bica tudo o que tinhamos a suar, arranhar, foder, engolir, devorar. Sobrevivemos os dois aos dois...O cheiro agora não é a sexo nem a medo, nem a fome, nem a parasitismo, nem a irmandade. agora é outra coisa (there are more things between heaven and earth than our vain pilosophy can ever conveive)


......and the desk clerk's dressed in black.
Well they been so long
on lonely street
They ain't ever gonna look back.

sim X-avala, tens toda a razão, "as minhas relações são intermináveis" (never ending story, as 1000 e 1 noites...), mas nem todas, só as que valem a pena... (tens tanto a aprender sobre o amor e o ódio entre o gajos e gajas, X-avala, tanto, e és tão medrosa e arrogante...e queres tanto e tão pouco ao mesmo tempo. As coisas que tu dizes envenenada pelo ciúme...como se fossem receitas omniscientes de "normalidade"...
Credo in Deum, pater omnipotentuem,
Creatorem Ceali e terrae...afinal, afinal...
Já te disse, o homem e a mulher não são o ser para a morte, são o ser para o Gozo
eterno...somos deuses...a sério, e não de brincar...Agora chama-me perturbado outra vez, e manda-me internar, ficará completa a tua conversão ao aparelho disciplinador do Poder...Que excitante...que preverso...Mas vais ter de te "haver comigo" as vidas todas, porque eu não me rendo (lê o discurso do Churchill com atenção querida).
I will always Love you.

















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Fui à Fnac comprar os bilhetes para type O.O negative, a lembrete do meu querido inimigo Amor de Tio Lili, o rapaz que tropeça nas vírgulas e gosta. MAS fiquei chateado...o concerto calha no mesmo dia dos Pearl Jam na Holanda...que fazer? apetecia-me fazer uns stage divings para cima da focinheira de um daqueles metaleiros de meia idade da Brandoa e agarrar-me aos seus cabelos sedosos... (tens razão, gosto de me rebolar na merda sim). Mas Pearl Jam...quando os bilhetes são tão dificeis de arranjar ...e ir a Amsterdão chupar aqueles tarolos de skank que rebentam a carola logo toda de uma vez e deixam um gajo prostrado na cama a pensar que é um principe...é uma grande tentação...Para mais como acize é legal, um gajo sente-se um homenzinho a andar com a merda no bolso e sem precisar de a esconder na mala da namorada... Que dura é a vida do eterno pubertário suburbiano, eu, choices, choices...bom, acho que vou ver os type O...
também porque...
Foi uma gaja muito especial e que já não vive nesta Terra que me mostrou Type O pela primeira vez. Lembro-me como se fosse hoje, um natal hà 3-4 anos atrás. Na Brasilera do Chiado, estava linda, vestida de cautela e desejo, a cheirar a tesão e doçura adolescente por todos os poros, com aquela camisola azul bebé de lã fina muito felpuda e uma gola em bico generosa (tem tanto cuidado e fala tanto com o vestir-se, delícia), tirei-lhe uma foto soberba que meti na parede do meu quarto, uma Virgem Lasciva. Depois, quando ela me foi visitar à ilha pela 1ª vez tive que meter algumas outras fotos de amigos para ela não desconfiar que eu gostava dela. MAis tarde disse-me que foi muito dificil não descer do quarto me saltar em cima durante a noite, como Lilith que é...fidelidade e pudor a quanto obrigas.
Umas quantas Luas e umas mi
nhas audições de Type 0 depois

(It is her moon time When there's iron in the air, Don't spill a drop dear Let me kiss the curse away, So in this gray haze We'll be meeting again, And on that great day I will tease you all the same. Hey wolf moon! Come cast your spell on me)
mandou o pudor às urtigas, pediu-me com um sorriso maroto para a ajudar a desatar o corpete de fidelidade, saltou para cima de mim, devorou-me e engoliu-me que nem uma onça, e ofereceu-me tudo o que tinha para oferecer: a confissão e a comunhão pecaminosa...
levámos os dois uma sova de ternura e fornicação de tal ordem que o passeio da capuchinho vermelho e do lobisomem português em Londres durou mais de nove meses, mesmo com 2.500 quilómetros, um golfo da biscaia e 300.000 mil razões sensatas a separar-nos. Mas a gestação que ocorreu foi a de um monstrinho mútuo de medo, ansiedade e fobia. Depois veio a traição, o karma, history repeating itself, everything is wrong, everything is collapsing dear... You turn me on, like an idea, like an atom bomb...

Hoje tive uma conversa muito interessante com a minha ex-mulher que vive agora na cidade do méxico, se voltou a casar e está gravida de 5 meses...

As andorinhas voltam sempre e eu também voltei à mansão aérea da minha avó entre o delta do tejo e a serra de monsanto, agora só para mim, e as andorinhas..."Andorinha de asa preta Vai gritando em altos brados, Chega-te à minha janela Livra-me destes cuidados. O que nos quer a andorinha Bem gostara de saber, O mundo é bola de fogo Nem todos ficam a arder"


Mais coisas..,

irritam-me os tecnicos sanitários de saúde mental em auto-gestão (classe de que eu já fiz parte) que sacam das suas noções de normalidade para acabar com as conversas que não tem capacidade para prosseguir. É uma pobreza de espirito e falta de humor e de capacidade para novas ideias. Nada do que é hoje a psicoterapia foi inventado e produzido por técnicos nos seus consultórios dentro da normalidade...
assim, escrevam isto nos vossos livrinhos:
a diferença entre 0.01 and a crazy man is that 0.01 is not a crazy man.


(are you sure? have you had your medication mr McMurphy?)


Bom, lá vou eu para a Rua da Palma nº5...Babe, you, and you, and you and you turn me on

Hey now, if your baby leaves you,
and you got a tale to tell.
Just take a walk down lonely street
to Heartbreak Hotel.




Mas antes disso...tenho que resolver uns assuntos pendentes...



PS (esta é para ti X-avala, eu sei que gostas):


we shall never sauender. 1st we take Man Atan, Den we take Berlin

6 comments:

Lara said...

É lá tu estás terrivel hoje!

"...tens tanto a aprender sobre o amor e o ódio entre o gajos e gajas, X-avala, tanto, e és tão medrosa e arrogante...e queres tanto e tão pouco ao mesmo tempo. As coisas que tu dizes envenenada pelo ciúme...como se fossem receitas omniscientes de "normalidade"..."

bolas isto é deja vu! Já ouvi isto tanta vez lolll (era disto que falava no final do blog)

Lara said...

Ai como a entendo!

...Agora chama-me perturbado outra vez, e manda-me internar, ficará completa a tua conversão ao aparelho disciplinador do Poder...Que excitante...que preverso...


lollllllllll
(são todinhos iguais) loll

1.01 said...

HUm???

Mas uns são mais diferentes que outros...
eu não,
eu sou igual, igual, a mim mesmo.

What you see is what you get...
grande kiss noir

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Nuno Torres said...
This comment has been removed by the author.
1.01 said...

TOOOOOODAs iguais, todas iguais...
são todas iguais vocês...
:)

"a woman, like a psychoanalytic patient, is obliged to say not at the first time..."
(The interpretation of murder)


loooool

beijokas marotas
*

Maria Ostra said...

If you said so... :P