20070511

vem aí o Peste

Se há roqueiro português que seguiu a sabedoria de William Black no Marriage of Heaven and Hell, que tantos músicos anglosaxónicos trilharam, a começar pelo King, esse é João Peste. Do rock rendez vous ao casal ventoso, o glam anti-star decadente foi até ao fim da linha, sex and drugs and glam rock & roll, e voltou para contar a história. Os concertos no RRV com os mão morta e outros foram circo romano para a minha adolescência. Delírios catárticos abusando de strob e flanger na voz, e claro, abusando do volume, e suando em bica o Peste, a dar tudo, com a sua boina basca, gordito, uma madonna galvanizada com olhos wild de óscar. Apanhei-os de novo em londres quando pensava que o João Peste já tinha ido andando beber uns gins para o Hades, a fazer a primeira parte dos Blasted, porque a última vez que tinha ouvido falar dele foi pelo J. , a trocar seringas no Casal. Talvez o J. e o projecto dos amarelos tenha salvado a sida do Peste. Se não foram as seringas da Comissão nacional lá na colina mais cheia de pó da nossa Lisboa, a esta altura o Peste era mais uma cruz no longo rol da peste negra do HIV. Amanhã (6ª feira 11) no Lux. Devo ir. Encontrar-me-hão no moche. Desaconselhado a Metaleiros paneleiros da cintura industrial de Lisboa em busca de miminhos. A música e a performance são demasiado inteligentes e autênticas.


No comments: