20070410

duas ressacas de seguida,



"We make public some of these private communications because they tell the reader so much - not about us, his wife and children, but about him, the husband and father. We are proud to have been his family and the recipients of his love"





Será que alguma mulher vai dizer algo parecido sobre mim um dia?

Preciso de um sofá. E de uma rosa meditativa.

Os últimos 2 posts dão-me a sensação de que estou a entrar naquela zona outra vez, insidiosamente. É claro que vocês se vão rir com o "dão-me a sensação" quando parece mais do que óbvio que estou na zona para lá de Bagdad.
Lembro-me das palavras amargas e fortes dela, e que eu não recusei, como um paciente finalmente não recusa uma interpretação
"tu só te dás com os outros através da tua própria loucura, não te dás verdadeiramente com ninguém".
As palavras incomensuravelmente sofridas de parte a parte, que eu finalmente não recusei de uma mulher que amo. Desta vez as palavras vieram embrulhadas num doce tão grande e valioso, cuja ausência me provoca uma tão profunda e prolongada dor, que fiquei finalmente a olhar para elas, e a perguntar o que diabo significa este presente.
e que me dizem:
a tua energia parece estar descontrolada, o reactor está a sobreaquecer e teme-se um acidente nuclear a qualquer momento.
Que me dizem
eu vejo os sinais luminosos no enorme painel de controlo, mas só tu tens as instruções de operação e não as queres partilhar, guarda-las para ti como um segredo esfíngico, e eu ouço os contadores geiger a disparar...e eu tenho de me afastar e deixar-te lidar com isso sozinho.
Que me dizem
enquanto andas entretido a operar e transgredir os procedimentos de segurança, a experimentar até onde podes ir levando o reactor à máxima potência, esqueceste-te do meu painel, do meu reactor, da minha mente, do meu coração.

Mas repara, (isto não é uma desculpa, é uma constatação) que passámos por um tempo de festa, de delírio, de catarse e de celebração. Eu sou, como criatura semi-selvagem e homem primitivo, apenas muito sensível aos ciclos telúricos, apenas isso. Costumo delirar mais na lua cheia, eclipsar-me na lua nova, hibernar no inverno, retomar o fôlego na primavera. Sou mais movido pelos trânsitos astrológicos de que pelos pés na terra. Caminho de vaga energética em vaga energética, a medir a direcção do vento solar, sou como um aeroestato, fogo e ar, e preciso do peso em ouro de uma mulher para me manter junto ao solo. E tenho sacrificado essa mulher e essa relação como lastro quando apanho uma corrente térmica porque quero ir mais alto e mais longe. Ou quero que ela seja o meu sofá quando se me acaba o gás, e fico colado ao chão.

Sim fôfa, sim, preciso tanto de um "couch".
E de cordas fortes.
I will be back home soon, I will keep my promise.






















Mas uma coisa é certa, e isso não há que negar. O homem moderno perdeu o contacto com ciclos telúricos, o ritmo das estações e o calendário lunar. E isso é letal, espiritualmente e fisicamente letal. Não sobreviveremos e não Viveremos se não recuperarmos isso.
Este ano, foi a S. que me ajudou a ultrapassar as dores da solidão e a inquietação ígnea,
na primeira lua cheia depois do equinócio da primavera..."porque é perigossíssimo conter essas forças vivas como pulsos".
e os conselhos sobre como lidar com as capricornianas também não cairam em orelhas moucas.



*



Texto inicial: Francesca Bion from "All my sins remembered. Another part of a Life"


4 comments:

Maria Ostra said...

Ai rapazinho!...
(onde é que eu já ouvi "este" discurso? :P)
Bjoca

1.01 said...

Hum? Então, qual discurso? O 1º, o 2º ou o 3º?

Beijos na pérola, Maria.

A. said...

lembras as palavras...

(...)e o coração tem certos dias um orçamento incomportável, Sim,o coração...um orçamento incomportável(...)




e tu lembras as palavras.








RedRoses____________just for you

& after god of dreams__________
______________________________
____________________________
__________________________
_______________________






..._____________respira.por favor.

1.01 said...

Sim, a. sim, Sim

Of science and the human heart
There is no limit
There is no failure here sweetheart
Just when you quit...

Of science and the human heart
There is no limit
There is no failure here sweetheart
Just when you quit...

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passámos por um tempo de festa, de delírio, de catarse e de celebração:

The King winter is dead,
long live the queen spring

the son of god is dead
long live the sun of the gods!

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